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A revelação de fraudes em descontos aplicados a aposentados e pensionistas do INSS afetou negativamente a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo colunistas da imprensa e sondagens internas do governo federal. A avaliação positiva do governo, que vinha crescendo desde março, voltou a recuar em maio, conforme reportou Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

De acordo com as pesquisas internas, o percentual de brasileiros que consideram o governo “ruim ou péssimo” voltou a superar o dos que o avaliam como “bom ou ótimo”. O último levantamento do Datafolha, em abril, havia apontado melhora: a avaliação positiva havia subido de 24% para 29%. Com o escândalo, aliados afirmam que os indicadores voltaram ao patamar anterior. Um dirigente do PT, ouvido pela colunista, resumiu: “Caiu tudo de novo”.

Os institutos Datafolha, Quaest e Ipec devem divulgar novos levantamentos nas próximas semanas, que devem confirmar a tendência registrada nas sondagens internas.

A crise ocorre em meio à preparação do governo para a corrida eleitoral de 2026. Marqueteiros que atuam junto à Presidência ainda acreditam na possibilidade de recuperação da imagem de Lula, apostando no uso da estrutura do governo federal e em entregas de políticas públicas até o pleito.

Enquanto isso, governadores de oposição e potenciais presidenciáveis participaram da Brazilian Week, em Nova York, promovida pelo Grupo Lide. Estiveram presentes Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Eduardo Leite (PSDB-RS), além do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo Renata Agostini, colunista do Globo, o grupo defendeu o fim da reeleição como forma de ampliar a alternância de poder e abrir espaço para novas lideranças.

Ainda segundo o jornal, Lula já teria pedido ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que deixe o cargo em abril de 2026 para concorrer a uma vaga no Senado por São Paulo.

Na prática, a crise envolve a cobrança indevida de valores em nome de entidades associativas. O INSS notificou na terça-feira (14) cerca de 9 milhões de segurados que sofreram descontos nos benefícios. A orientação é que os aposentados e pensionistas utilizem o aplicativo Meu INSS para confirmar se autorizaram ou não as cobranças. Caso não haja comprovação por parte das entidades envolvidas, estas terão de devolver os valores retidos.

Em artigo publicado na Folha, o advogado Rômulo Saraiva lembrou que denúncias de fraudes previdenciárias ocorrem há décadas. Segundo ele, tanto governos de esquerda quanto de direita já estiveram no centro de escândalos semelhantes. “Desde 1947 já se pedia CPI para apurar irregularidade previdenciária”, escreveu.

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