A seleção brasileira entrou em campo na noite desta terça-feira (25), no estádio Monumental de Nuñez, e foi atropelada pela Argentina. A derrota por 4 a 1 expõe fragilidades que vão muito além do placar. Faltando pouco mais de um ano para a próxima Copa do Mundo, a equipe comandada por Dorival Júnior parece um barco à deriva, sem rumo, sem identidade e, pior, sem brilho.

O jogo foi um retrato fiel do abismo entre as duas seleções. De um lado, um time que joga junto, que tem padrão de jogo e que, mesmo com a classificação garantida, entrou em campo com sede de vitória. Do outro, uma equipe desorganizada, espaçada e apática, incapaz de oferecer qualquer tipo de resistência.

O Brasil assistiu à Argentina jogar. Logo aos três minutos, Julián Álvarez recebeu belo passe de Almada e venceu Murillo e Arana antes de tocar na saída de Bento. Aos 12, Molina cruzou para Enzo Fernández ampliar. O Brasil ensaiou uma reação aos 26, quando Matheus Cunha aproveitou um erro grotesco de Romero para descontar. Mas qualquer esperança foi destroçada dez minutos depois, quando Mac Allister aproveitou cruzamento preciso e fez o terceiro. O golpe final veio na segunda etapa, com Simeone livre para marcar o quarto, diante de uma defesa estática.

Dorival Júnior tentou mudar a história do jogo no intervalo, mas suas substituições surtiram pouco ou nenhum efeito. A verdade é que não há mágica que resolva um problema estrutural. A seleção carece de protagonismo, criatividade e, sobretudo, de um projeto claro.

A goleada sofrida para a Argentina não é apenas um tropeço. É um alerta. O Brasil, que já foi referência mundial, hoje parece perdido entre experiências frustradas e jogadores que não encontram seu espaço. A Copa do Mundo se aproxima, e, se nada mudar, seremos meros espectadores do sucesso alheio. A pergunta que fica é: até quando?