Terra vai girar mais rápido e hoje será o dia mais curto do ano
Fenômeno, imperceptível a olho nu, reduz em 1,34 milissegundo a duração do dia; cientistas ainda não sabem a causa exata

A Terra vai girar mais rápido nesta terça-feira (22/07), o que fará com que o planeta tenha o dia mais curto de 2025 até agora. A rotação, que normalmente leva 86.400 segundos para ser completada (equivalente a 24 horas), será finalizada 1,34 milissegundo mais rápido.Esse fenômeno não é inédito. No último dia 9 de julho, a Terra já havia registrado um giro acelerado, encurtando o dia em alguns milissegundos. Mas agora, o encurtamento será ainda maior.
Apesar de curioso, o fenômeno é imperceptível. Para se ter uma ideia, um piscar de olhos dura cerca de 300 milissegundos, ou seja, o tempo “perdido” é centenas de vezes menor que isso.
Desde que os relógios atômicos começaram a ser usados nos anos 1960, os cientistas têm observado essas variações. Em 2020, a Terra registrou 28 dos dias mais curtos da história, incluindo o recorde anterior de 1,47 milissegundo em 19 de julho.
O maior recorde foi quebrado em 29 de junho de 2022, quando o dia teve 1,59 milissegundo a menos que o padrão de 24 horas.Segundo Fernando Roig, diretor do Observatório Nacional, essas acelerações são variações naturais e momentâneas, apesar de a Terra estar, ao longo de bilhões de anos, desacelerando sua rotação.
“Há bilhões de anos, um dia durava cerca de cinco horas. Hoje são 24. Mas essa desaceleração não é linear. Em certos períodos, como agora, há pequenas acelerações momentâneas”, explica o especialista.
Essas mudanças podem estar ligadas a fatores como:
Atividade no núcleo fundido da Terra
Movimentos dos oceanos
Variações atmosféricas
Contudo, os cientistas ainda não sabem com exatidão o que causa esses picos de velocidade.
Com o passar do tempo, essas alterações podem causar descompassos com os relógios atômicos. Desde 1973, os cientistas utilizam o segundo bissexto para corrigir essas diferenças — que pode ser positivo ou negativo, dependendo se a Terra está atrasando ou adiantando.
Desde então, já foram adicionados 27 segundos ao horário oficial. Se a tendência de aceleração continuar, os cientistas poderão ter que retirar um segundo, algo inédito até hoje.
Fonte: Oeste Agora
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