Medianeira quer transformar memória em lei para proteger seu patrimônio
Casa da Memória promove mesa redonda sobre criação de lei municipal para preservar construções, práticas e histórias locais

A Casa da Memória Roberto Antônio Marin, em Medianeira, promoveu na noite de terça-feira (14) uma mesa redonda para discutir a Lei Municipal de Patrimônio Cultural. A ação integra a 23ª Semana Nacional dos Museus e faz parte do calendário de comemoração dos 65 anos do município.
O encontro foi conduzido pela coordenadora de Gestão Documental e Memória da Casa da Memória, Ana Cláudia Valério, e pela historiadora Franciele Aparecida de Araujo, que apresentou conceitos e reflexões sobre patrimônio cultural, com foco na construção de uma legislação local mais consistente.
O prefeito de Medianeira, Antonio França, parabenizou a iniciativa e defendeu a ampliação das discussões. “Este foi o primeiro momento, mas precisamos avançar. A proposta é envolver outros setores por meio de uma audiência pública, para aprovarmos uma lei condizente com a realidade de Medianeira, que preserve construções e práticas que fazem parte da nossa história.”
O vice-prefeito Evandro Mees afirmou que políticas públicas eficazes são necessárias para equilibrar desenvolvimento urbano e preservação cultural. “Precisamos garantir que o crescimento caminhe junto com a valorização de nossas raízes.”
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Márcia Hanzen, lembrou que o debate começou em 2023, após mobilização da comunidade para preservar as torres da Cerâmica Simonatto, que completam 53 anos em 2024. “Esse movimento amadureceu com o apoio da Casa da Memória. Agora temos condições de avançar para a aprovação da lei.”
A secretária de Finanças, Marta Fracaro, sugeriu que a abordagem vá além das construções físicas. “Falar sobre práticas, celebrações e modos de fazer como patrimônio pode aproximar o tema da população, despertando empatia e identificação.”
O vereador Sebastião Antonio apresentou o que já existe na legislação municipal e indicou os pontos que ainda precisam ser desenvolvidos. “O tema é pouco abordado nas leis atuais. Por isso, precisamos de uma legislação específica e objetiva.”
A coordenadora Ana Cláudia Valério destacou que o tema tem sido tratado também em ações de educação patrimonial. “Estamos trabalhando com formações para professores de História e Geografia, além da produção de livros sobre comunidades locais.”
A historiadora Franciele Araujo reforçou a importância do envolvimento social. “O patrimônio depende da participação das pessoas. Essa mesa redonda foi uma oportunidade valiosa para ouvir diferentes perspectivas e avançar coletivamente.”
O evento contou com a presença de representantes do Executivo, Legislativo, servidores públicos e professores.
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