O desaparecimento do jovem brasileiro Felipe Benevides da Silva, de 25 anos, ganhou repercussão internacional após sua reaparição, nesta semana, em circunstâncias que levantam dúvidas e preocupação. A história foi divulgada inicialmente pelo jornal paraguaio ABC Color e envolve suposto sequestro, uso de sedativos e até uma tentativa de tráfico de órgãos.
De acordo com os familiares, Felipe teria embarcado em um mototáxi na segunda-feira (21), após realizar uma transação em uma casa de câmbio nas proximidades do Shopping Vendôme, no centro de Ciudad del Este. No trajeto, segundo o relato, duas caminhonetes interceptaram a moto. Quatro homens armados teriam descido dos veículos e forçado o jovem a entrar em uma das caminhonetes, deixando o mototaxista para trás.
Felipe contou que foi dopado ainda dentro do veículo e teve sangue coletado antes de perder a consciência. Ao recobrar os sentidos, ele teria acordado em uma área deserta, cerca de 300 quilômetros da cidade, desorientado pelos efeitos do sedativo. Conforme descreveu sua irmã, Jaqueline Benevides, ele estava com o peito depilado e o abdômen marcado, “como se tivesse sido preparado para uma cirurgia”.
“Não foi um roubo comum. Roubaram dinheiro, mas o objetivo claramente era outro. Estamos falando de tráfico de pessoas ou de órgãos”, afirmou a irmã nas redes sociais. Ela também destacou que Felipe é diabético e acredita que sua condição de saúde possa ter levado os criminosos a interromperem o suposto procedimento e o abandonarem com vida.
Em declaração ao Portal da Cidade, Jaqueline afirmou que a intenção da família ao tornar o caso público é alertar a população. “Apenas queremos alertar as pessoas e auxiliar com base no que aconteceu com o meu irmão, para que todos possam se proteger e evitar que algo assim aconteça novamente”, disse.
Apesar da gravidade da denúncia, a polícia paraguaia aponta falhas na comunicação com os familiares. Segundo o superintendente Francisco Rolón, da 1ª Delegacia de Polícia de Ciudad del Este, os investigadores tentaram várias vezes entrar em contato com a mãe de Felipe, responsável pelo boletim de ocorrência, mas não obtiveram retorno por mensagens ou telefone.
Além disso, a polícia informou que está analisando imagens de câmeras de segurança da região central para esclarecer os fatos. Contradições e inconsistências nos relatos divulgados pela irmã nas redes sociais também estão sendo consideradas na investigação.
O caso, envolto em mistério, segue em apuração pelas autoridades paraguaias. Até o momento, não há confirmação oficial sobre o suposto sequestro nem evidências que sustentem a tentativa de tráfico de órgãos.
COMENTÁRIOS