William Bonner se despede da bancada do Jornal Nacional após quase 30 anos
Jornalista deixará o comando em novembro e seguirá para o Globo Repórter

William Bonner, 61, anunciou nesta segunda-feira (1º) sua saída da bancada do Jornal Nacional, telejornal que apresentou por 29 anos e do qual foi editor-chefe durante 26 anos. O anúncio ocorreu no mesmo dia em que o programa completou 56 anos no ar. Bonner permanecerá no comando até 3 de novembro, quando será substituído por César Tralli, que dividirá a bancada com Renata Vasconcello
No discurso de despedida, o jornalista revelou que a decisão vem sendo amadurecida há cinco anos, em meio à pandemia, quando percebeu a necessidade de priorizar a família. “Naquela época, um dos meus três filhos estava de mudança para estudar em outro país. Eu sentia que nos meus dias só cabiam as obrigações, mas ficavam de fora as coisas que eu também gostaria de fazer. A conta não estava fechando”, disse.
Segundo Bonner, o planejamento exigiu tempo para preparar a sucessão. “Hoje eu tenho dois filhos morando no exterior. Tenho uma história de 29 anos de Jornal Nacional e, nesta primeira semana de setembro, completo 26 anos como editor-chefe. Era hora de mudar o ritmo”, afirmou.
A partir de 2026, Bonner assumirá o comando do Globo Repórter ao lado de Sandra Annenberg, sua amiga de décadas. “De todos os programas do jornalismo da Globo, é o único em que nunca atuei. Estar lá agora é uma realização pessoal e profissional”, declarou.
Além da mudança no JN, a Globo anunciou outras alterações em sua grade jornalística: Roberto Kovalick passará a apresentar o Jornal Hoje e Tiago Scheuer assumirá o Hora Um. Na editoria do Jornal Nacional, a atual editora-adjunta Cristiana Sousa Cruz substituirá Bonner como editora-chefe.
A carreira de William Bonner
Bonner começou no jornalismo em 1985, na TV Bandeirantes. No ano seguinte, entrou na Globo, onde apresentou programas como SPTV, Globo Rural, Jornal Hoje, Jornal da Globo e Fantástico. Em 1996, assumiu a bancada do Jornal Nacional, tornando-se o apresentador com maior tempo à frente do telejornal.
Durante quase três décadas, conduziu coberturas históricas como os atentados de 11 de setembro, a morte do Papa João Paulo II, eleições presidenciais, tragédias nacionais e eventos esportivos. Também liderou inovações no telejornalismo da emissora, modernizando a apresentação e o formato do JN.
Bonner segue como uma das principais referências do jornalismo brasileiro.
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