Fluminense supera o impossível e conquista vitória épica sobre o Boa Vista
Desfalcado, sem banco de reservas e com pivô no gol, time vence por 2 a 0 e segue vivo na disputa pela final do Society Feminino

O futebol é, por vezes, uma prova de resistência. Outras vezes, é uma questão de alma. Na noite da última quinta-feira (10), o Fluminense feminino entrou em campo carregando o peso das três derrotas anteriores e a urgência de vencer para continuar sonhando com a classificação à grande final do Campeonato Municipal de Futebol Society. Do outro lado, o Boa Vista — invicto e embalado — precisava apenas de um empate para carimbar o passaporte para a decisão.
Era, teoricamente, um duelo desequilibrado. Ainda mais quando se soube que o Fluminense estaria sem peças no banco de reservas e que Keia, a pivô do time, assumiria a meta como goleira improvisada. Mas o futebol, como sempre, não se joga com teorias. Se joga com coração.
Logo no início, o script começou a ser reescrito. Duda, com liberdade na intermediária, soltou uma bomba certeira no canto: 1 a 0 Fluminense. O que se seguiu foi um verdadeiro cerco do Boa Vista. A equipe alviverde tomou conta da posse de bola, cercou, tentou infiltrar e finalizou, mas esbarrou em uma defesa determinada, disposta a não ceder nem um centímetro.
Resistência como estratégia
Se no primeiro tempo a estratégia foi resistir, no segundo tempo ela virou necessidade. Com o desgaste físico evidente, o Fluminense passou a apostar tudo em sua compactação defensiva. O Boa Vista seguiu pressionando, mas sem conseguir transformar o domínio em gols. E aí, veio o golpe fatal.
Em uma rara escapada ofensiva, Susana recebeu a bola na intermediária, dominou com estilo, girou e soltou um chute indefensável. Golaço. 2 a 0 para o Fluminense. Um gol que, mais do que ampliar o placar, simbolizou o espírito daquela noite: o improvável acontecendo diante dos olhos de quem acreditou até o fim.
Com a vantagem, o time seguiu fechado, marcando forte, mesmo à beira da exaustão. E quando o apito final soou, o campo se transformou em palco de celebração. A primeira vitória na competição veio no jogo mais difícil. No duelo em que tudo parecia contra. Uma daquelas partidas que o tempo não apaga.
Matemática apertada, mas sonho de pé
Com o resultado, o Fluminense chegou aos 3 pontos e ainda sonha com a classificação. Mas o caminho é duro: precisa vencer seus dois compromissos restantes — contra Mega Society e Bananeira — e torcer para que o Bananeira, vice-líder e quase garantido na final, não pontue mais. Uma equação delicada, mas que agora tem combustível: a crença.
Já o Boa Vista segue bem na tabela, com chances concretas de garantir a vaga. Precisa apenas de um empate nos dois jogos que restam. Mas a derrota inesperada ligou o alerta e mostrou que, no futebol, favoritismo não entra em campo sozinho.
O jogo que muda mentalidades
Mais do que os três pontos, o Fluminense conquistou algo raro: respeito. A atuação da equipe, mesmo com limitações claras, foi uma aula de entrega e superação. Keia, improvisada no gol, virou símbolo de uma equipe que não se entregou. Duda e Susana, com os gols e Rubía, a capitã que comandou a defesa tricolor eternizaram seus nomes numa noite em que o futebol provou, mais uma vez, por que é tão apaixonante.
Porque enquanto houver esperança, enquanto houver disposição para lutar até o fim, o jogo está em aberto. E o Fluminense, agora, sabe disso.
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